Resenha

Resenha: O planeta dos macacos, de Pierre Boulle

Quando fiz a revisão do livro Planeta dos Macacos, de Saulo Adami, que foi lançado pela Editora Estronho, e fala sobre a série de TV, me bateu uma imensa vontade de ler o início de tudo, então fui até minha biblioteca e peguei O Planeta dos Macacos (Le planète des singes, 2008), minha edição foi a da Editora PocketOuro, escrita por Pierre Boulle e traduzido por André Telles.

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Saulo Adami também lançou o calhamaço Homem não entende nada – Arquivos secretos do Planeta dos Macacos, em 2016, depois Eduardo Torelli lançou o seu estudo Quando os macacos dominavam a Terra, ambos pela Editora Estronho. Temos uma overdose de informação pelos dois autores que mais conhecem sobre o assunto! São pessoas inteligentes e simples! É muito divertido conversar com eles.

A história do livro original começa com “um casal de ricos ociosos” viajando no espaço, onde “passavam férias maravilhosas”. Numa interessante analogia, “Phyllis e Jinn estavam deitados, um ao lado do outro, no centro de sua bolha”, e esse era o formato da nave. “Os dois jovens passavam horas preguiçosas e inebriantes nesse universo reduzido, construído sob medida para eles.”

Até que Phyllis sai do estado sonolento e percebe algo vindo em direção à nave. Um objeto pequeno que constatam ser uma garrafa, e não apenas isso! Há um manuscrito dentro dela!

A jovem então veste seu traje pressurizado e vai para fora, a fim de “pescar a garrafa”.

Quando quebram o objeto, para tirar o manuscrito de lá, “o papel se desenrolou por si só. Compunha-se de uma profusão de folhas bem finas, cobertas com uma caligrafia miúda”, mas escrito na linguagem da Terra, que, por sorte, Jinn conhecia muito bem. Então ele passa a ler para a namorada.

Segundo o autor do manuscrito, Ulysse Mérou, o ano era 2500 e a intenção era ir para a estrela Betelgeuse. E ele começa assim: “Confio esse manuscrito ao espaço não com a finalidade de conseguir socorro, mas para ajudar, talvez, a banir o pavoroso flagelo que ameaça a raça humana. Deus, tende piedade de nós…!”

Então lá foram Mérou, Antelle, professor que incentivou e patrocinou com toda a sua fortuna essa longa viagem de dois anos, Arthur Levain e um pequeno chimpanzé chamado Hector.

Quando encontraram um planeta interessante, eles desceram com três módulos, já que a nave não teria condições de pouso e ficou orbitando o planeta. O professor “colheu amostras do ar exterior e as analisou. Encontrou a mesma composição da Terra”.

Muita coisa ali lembrava a Terra. Perceberam, enquanto sobrevoavam, uma cidade habitada, carros, ruas largas etc.

A inversão acontece com os homens (seres humanos, melhor deixar claro nesses tempos) sendo selvagens e os macacos os seres inteligentes e com suas vergonhas cobertas.

Há uma certa hierarquia dentro da espécie. E isso traz rivalidades. Também mostra que o fato de haver a capacidade de raciocinar é que transforma, não necessariamente para algo bom.

“O que nos aconteceu era previsível. Uma preguiça cerebral apoderou-se de nós. Fim dos livros; até os romances policiais tornaram-se uma fadiga intelectual excessiva. Fim dos jogos; das vitórias, a rigor (…) Enquanto isso os macacos meditam em silêncio. Seu cérebro desenvolveu-se na reflexão solitária… e falam!”

O planeta dos macacos, publicado pela primeira vez em 1963, é uma distopia sobre um futuro dominado por uma espécie que nós, humanos, subestimamos. Aliás, subestimar tudo é parte do pensamento humano. Acreditar que somos melhores, evoluídos e únicos mostra nossa pequenez e arrogância.

Do livro saíram longas-metragens (o primeiro com um final diferente do livro, mas tão genial quanto, que choca até hoje), depois HQs, série, e uma infinidade de produtos.

Pierre Boulle nasceu em 1912 na França. Em 1943 trabalhou como espião na II Guerra Mundial e foi capturado pelas forças aliadas da Alemanha nazista, conseguiu fugir em 1944. Boulle escreveu mais de 20 livros, vivia recluso e morreu de velhice morando com a irmã e o cunhado em Paris, em 1994.

“O próprio autor considerava o romance infilmável: até então, no cinema, macacos sempre haviam sido ‘interpretados’ por atores fantasiados ou, na melhor das hipóteses, por bonecos animados pela técnica de stop-motion, como em King Kong (King Kong, 1933),” conta Torelli. Mas deu tudo certo e se tornou um grande filme, com uma franquia que se mantém até hoje.

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Quando os macacos dominavam a TerraEduardo Torelli

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